A VOZ DAS RUAS
Vamos dar um basta ao desemprego e a falta de moradia, eles se perdem também em meio aos vícios e não conseguem mais voltar pra casa.
Em meio a tanto roubos desvio de dinheiro público enquanto os nossos irmãos dormem nas calçadas no frio e chuva, gastam tanto dinheiro com a copa, como cadeiras em MT supre faturas.
Com esse problema a culpa e de todos os que governam todos tem parcela de culpa o governo federal acha que a Bolsa-família e tudo para combater a pobreza, mas o povo as famílias querem emprego.
Acho que ao viver a esmo não ter para onde voltar quando o sol se esconde e a noite chega com seus perigos e o frio sem ter como planejar o dia seguinte.
Mas eles são seres humanos também tiveram suas famílias um lar uma posição social será que são as drogas que é o cominho sem volta, mas para mim o caminho sem volta e somente a morte.
Jessica Rodrigues Valença
ENTREVISTA - LUIS EDUARDO SOARES
O antropólogo Luiz Eduardo Soares parece a pessoa certa para explicar os movimentos que tomam as ruas do Brasil, dado seu conhecimento e experiência com a análise política, o comportamento social e as políticas de segurança pública. No entanto, faz questão de deixar claro que não sabe de muita coisa: “É necessário afirmar com humildade nossa ignorância ante um processo cuja natureza nos desafia, intelectualmente”. Em entrevista a Ângela Faria, ele fala da tendência em tentar entender o novo com os olhos do passado, dos desafios postos à segurança pública e às famílias que convivem, a partir das últimas semanas, com uma nova inclinação dos jovens em direção às ruas e à política. “O tempo é de imprevisibilidade e sustos, riscos e ameaças, mas também de beleza: o novo insinuando-se pelas frestas de nossa democracia, que sofre de esclerose
precoce”, provoca.
Que lições a juventude está dando ao país?
A primeira lição que os jovens nas ruas nos dão é a seguinte: as coisas podem mudar, porque somos nós que fazemos a história, combinando liberdade e limites, circunstâncias e oportunidades, imaginação e ousadia, disposição solidária para empreendimentos coletivos em torno do interesse público, evocando valores fundamentais – tais como equidade e justiça – e repudiando o autoritarismo tecnocrático dos governos, que desprezam a participação e só dialogam com os lobistas dos grandes interesses privados. As coisas podem mudar se acreditarmos nisso e a alma não for pequena. Mas mudar como e em que direção, com quais consequências, a que preço? Não sei. Não se sabe em que vai dar o movimento, não se pode saber, nem há garantias. E aí está o primeiro ponto sem cujo reconhecimento não produziremos as condições indispensáveis à futura compreensão do que o movimento significa. Neste momento, é necessário afirmar com humildade nossa ignorância ante um processo cuja natureza nos desafia, intelectualmente. Explico: diante de um fenômeno que rompe a rotina e surpreende a expectativa de estabilidade, as reações individuais são as mais variadas. Entretanto, de um modo geral, nosso primeiro impulso é defensivo. Qualquer mudança nos ameaça, porque traz consigo a fantasia de que nosso mundo pessoal, tão precário e incerto, está em risco e pode ruir a qualquer momento. Essa fantasia provém da radical insegurança que nos é constitutiva, seres mortais que somos. Não apenas a vida humana é frágil, como aquilo que chamamos “realidade” é débil e movediço. Nossa tendência, portanto, é projetar nossas categorias e nosso modo de pensar sobre os fatos novos para descrevê-los exorcizando o que neles é novo e inscreve uma diferença em nossos esquemas cognitivos e em nosso sistema de práticas. Projetar o velho sobre o potencialmente novo apenas confirma nossas crenças, apazigua a angústia suscitada pelo desconhecido e presta um serviço a nosso aparato de autodefesa, domesticando a diferença e anulando sua força questionadora. Em outras palavras: explicações que funcionam como consagrações do que já se sabe – ou se supõe saber – não produzem conhecimento. Se o propósito é conhecer, devemos desnaturalizar as imagens já formadas, inclusive porque, nesse campo, toda interpretação é também intervenção, é também ação social.
Que desafios o novo quadro traz para o sistema de segurança pública?
Como diziam alguns cartazes, no Rio de Janeiro: “Desculpem o transtorno: estamos mudando o país”. Ou: “Não é Turquia, não é a Grécia, é o Brasil despertando da inércia”. Em outras palavras, não se muda sem turbulências. Perdão, pedestres, a cidade está em obras para servi-los. Como sabemos, reformar faz barulho. Tumultua. Não tem jeito. É claro que a participação massiva traz problemas para a segurança pública, mas não pode ser definida como um problema de segurança. Trata-se de um dilema que está longe de ser simples, pois é preciso respeitar a liberdade de manifestação, preservar o patrimônio público e garantir os direitos violados por eventuais agressões violentas, as quais têm ocorrido, mas, é necessário sublinhar, apenas por iniciativa de minorias e contra a vontade manifesta da massa. Não há solução perfeita, nem receitas, mas princípios gerais, que, observados, pelo menos reduzem os danos: a polícia não pode estar armada; e atenção: não há armas não letais – as assim chamadas são menos letais, porém também matam e ferem gravemente. A presença policial deve restringir-se a locais estratégicos, visando a defesa de posições-chave. Todos devem compreender que os policiais não são inimigos dos manifestantes e vice-versa. Mas essa compreensão depende de atitudes claras por parte dos policiais. Deve-se difundir a ideia de que cabe a todos evitar a violência de todo tipo em benefício da coletividade e do próprio movimento. Mesmo não havendo lideranças formais ou consensuais, está patente o intuito pacífico da imensa maioria dos que se envolvem – e disso dou testemunho como participante. Quem pratica violência agride o próprio movimento, segundo a percepção da maioria. A tendência é que o próprio movimento iniba a ação dos que traem seu espírito. Se a polícia usa recursos que realimentam o círculo vicioso, contribui, paradoxalmente, para recompor a unidade do grupo, quando seria mais saudável que autogestionariamente as dinâmicas coletivas múltiplas inventassem meios não violentos de reduzir a violência, diferenciando-se internamente e pactuando suas condições de convívio ou de existência política.
A violência policial agravou a situação?
Não há dúvida de que a brutalidade criminosa de segmentos policiais, em algumas cidades, ofereceu o combustível que faltava para que o movimento mudasse de escala, ampliando-se extraordinariamente as adesões. Os custos materiais (e pessoais) de algumas ações violentas e condenáveis cometidas por manifestantes foram infinitamente menores do que os prejuízos que advieram das tentativas policiais, mesmo as bem-intencionadas, de evitá-los. É momento de confiar mais na responsabilidade coletiva dos cidadãos que se manifestam, porque o fazem justamente em torno de temas republicanos e democráticos, por mais que sejam variadas as motivações. Este não é momento de polícia. A segurança tem de ser a da massa que se manifesta. A praça é do povo. Ou a coletividade em movimento respeitará limites ou terá de arcar com o desafio de ver-se traindo, na prática —em função de divisões internas que são inteiramente naturais e incontroláveis —, alguns de seus valores, em se considerando aqueles que têm sido evocados, nas manifestações. Isso envolve riscos, claro, mas não há alternativas melhores. Digo isso porque é irrealista supor que alguma polícia do mundo possa controlar multidões nas ruas, sem consequências trágicas em grandes proporções, sem aumentar o mal que, supostamente, deseja evitar, e sem fortalecer o segmento sectário e violento da massa de manifestantes — segmento que, no Brasil, é residual. A questão é perigosa para a segurança pública, por óbvio, mas não há nada que as instituições da segurança possam fazer, além de reduzir danos e envolver-se o mínimo. Este é o tempo da sociedade e dos políticos, de negociação e abertura ao diálogo, de criatividade e flexibilidade, de autocrítica profunda, de repactuação em torno do próprio sistema político. Tempo de imprevisibilidade e sustos, riscos e ameaças, mas também de beleza: o novo insinuando-se pelas frestas de nossa democracia, que sofre de esclerose precoce.
A Polícia Militar está preparada para a democracia?
No âmbito da inadiável repactuação nacional, inclui-se a reforma da arquitetura institucional da segurança pública, o que envolveria a refundação do modelo policial, particularmente a desmilitarização das polícias ostensivas. Não se trata de viés ideológico. As PMs são incompatíveis com a democracia, malgrado esforços de tantos de seus profissionais, porque estão organizadas à semelhança do Exército, cuja finalidade é defender o território nacional e preservar a soberania do país, fazendo a guerra, no limite. Precisa funcionar com a metodologia do pronto emprego, para cumprir seus objetivos constitucionais. Necessita de centralização e vertebração hierárquica rigorosa. A missão constitucional de uma polícia ostensiva e preventiva, uniformizada, é garantir a vida, a incolumidade física e os direitos dos cidadãos, fazendo com que as leis sejam observadas. Como se vê, os fins são inteiramente distintos. Por que a organização deveria ser a mesma? Sabemos que a melhor forma de uma organização é aquela que melhor serve ao cumprimento das finalidades da instituição. Portanto: fins distintos, formatos organizacionais diferentes. As PMs envolvem-se em confrontos armados, é verdade. Mas esses enfrentamentos correspondem a 1% de suas atividades diárias. Para fazer face a esse tipo de desafio, há espaço para a formação de unidades especializadas. É absurdo comprimir 99% no molde ortopédico que, quando muito, equivaleria à necessidade de 1%.
A democracia direta está nas ruas. O que isso significa? Como fica a democracia representativa agora?
Esse é o nervo exposto do dilema nacional. Reitero que, em primeiro lugar, devo dizer: não sei. O que, hoje, dá-se a pensar o será à sombra do reconhecimento de minha ignorância ante eventos que inscrevem a diferença em nossos esquemas cognitivos e nos modelos tradicionais de ação coletiva. Eventos, portanto, que disparam uma dinâmica cujos desdobramentos são imprevisíveis e cuja natureza ignoramos, porque nada está dado e tudo se constitui, no processo, em sua positividade e contingência. Dito isso, ouso sugerir a seguinte interpretação: o movimento declara à nação que o rei está nu, proclama em praça pública que a representação parlamentar ruiu, depois que, capturada pelo mercado de votos, resignou-se a reproduzir mandatos em série, com obscena mediocridade, sem qualquer compromisso com o interesse público, ostentando o mais escandaloso desprezo pela opinião pública. O colapso da representação vem ocorrendo sem que as lideranças deem mostras de compreender a magnitude do abismo que se abriu – e aprofunda-se, celeremente – entre a institucionalidade política e o sentimento da maioria. As denúncias de corrupção se sucedem, endossando a visão negativa que, injustamente, mas compreensivelmente, generaliza-se. O Executivo prestigiado, em contexto de dinamismo econômico, pleno emprego e redução de desigualdades, sob a aura carismática de Lula, freou o desgaste do Estado, já avançado em sua face parlamentar. Quando o modelo começa a dar sinais de que está claudicando, a corrosão contamina a legitimidade (a credibilidade) de todas as áreas do Estado. Outro ponto importante: Tocqueville demonstrou que os segmentos sociais mais dispostos a agir e reagir não são os mais pobres e impotentes, mas aqueles que têm o que perder. Isso significa que os avanços sociais das últimas duas décadas ampliaram a faixa da população potencialmente disposta a resistir ante o risco de perda. Aqueles que ascenderam não entregarão sem luta suas conquistas. Se o que digo faz sentido, ou o parlamento abre os olhos e os ouvidos e promove uma radical autorreforma, o que implica a transformação profunda do sistema político – não só eleitoral –, ou caminhamos para cenários críticos. Não apocalípticos, mas críticos, marcados pelo esgarçamento das mediações institucionais e a corrosão mais profunda da legitimidade do Estado, em seu conjunto. Quando Estado e sociedade afastam-se, em ambiente normativo democrático, há chances de reconstrução, mas também riscos de bonapartismos aventureiros.
O que o protesto contra o aumento das passagens sinaliza além da reivindicação econômica?
O valor do transporte é apenas a cabeça de um imenso iceberg, formado por sua qualidade e pelo verdadeiro drama em que se converteu a mobilidade urbana. Formou-se uma cadeia metonímica no imaginário individual e coletivo, que transporta os significados do preço da tarifa às jornadas desumanas a que os trabalhadores têm sido submetidos, estendendo-se daí a outros aspectos negativos da experiência popular nas cidades: a precariedade do emprego ou do trabalho, as condições desiguais de moradia, saúde, educação, segurança e acesso à Justiça. Os elos de contiguidade simbólica e política conectam problemas entre si, acentuando sua marca permanente: a desigualdade. Portanto, além da questão de método democrático, estão em pauta, nas ruas, as questões substantivas mais graves e urgentes. Isso significa que não só o parlamento deve abrir os olhos, mas também os poderes executivos. Um governador sintonizado sairia na frente, propondo uma agenda de repactuação com a sociedade em torno da identificação de um plano modular – mas ambicioso e radical – de reformas, em torno não só do transporte público, da mobilidade urbana e de nosso irracional modelo econômico refém da indústria automobilística, mas também quanto aos investimentos: qual o lugar da Copa em nossa escala de prioridades? Que regiões das cidades vão receber investimentos? Que tipo de investimentos? Onde fica a participação efetiva da sociedade? Como reverter o autoritarismo tecnocrático, que acaba expressando interesses econômicos óbvios? Qual o lugar da sustentabilidade? Tudo isso aponta para um dado central: o colapso do PT como canal que por duas décadas expressou anseios por participação e atuou como instrumento de resistência ao autoritarismo tecnocrático do Estado brasileiro. Os governos petistas cooptaram entidades, aparelharam o Estado e domesticaram movimentos, com absoluto desprezo pela democracia e pelo sentido profundo da participação da sociedade. Produziram um vazio oceânico, que acabou preenchido pelo protagonismo emergente. Assim, a festa democrática nas ruas é também o funeral do PT, não como aparelho que investe no mercado de votos, mas como ator capaz de restaurar a credibilidade na representação. A ausência da União Nacional dos Estudantes, a UNE, é eloquente e escandalosa.
Há forças políticas classificando o novo momento como "manifestação autoral", como se manifestou Marina Silva no YouTube. Você concorda com essa análise?
Concordo. Marina está certíssima. Não faz mais sentido empregar o vocabulário que encadeava classe, organicidade, consciência de classe, partido, vanguarda intelectual, organizações da sociedade civil, enfim, coletividades radicadas em posições estruturais. Os atores, eventualmente, são coletivos, mas tendem a ser, crescentemente, individuais, unindo-se provisoriamente em função de temas circunstanciais, para agir contingencialmente, constituindo e desconstituindo agregações, deslocando-se por constelações de valores e opções práticas como o errante do novo século, o peregrino virtual, o nômade que, em vez de aderir a identidades institucionalizadas e crenças sincréticas, opera como sujeito sincrético, a editar possibilidades, trajetórias e experiências, reinventando-se na bricolage de si mesmo. Esse quadro não se confunde com individualismo, pois este novo personagem individual não se reduz ao ser egoísta e exclusivamente autointeressado, nem ao consumidor adaptado, inebriado pelo neon fetichista do mercado. A implicação política prenuncia-se: talvez tenhamos, como ocorre no campo religioso, menos identificações fixas e mais migração, menos escolha no cardápio que vem pronto e mais composição de dietas políticas idiossincráticas. Esse quadro envolveria rejeição a partidos e apoio a candidaturas avulsas da sociedade por mandatos limitados e não renováveis, por menores períodos de tempo e com mais transparência, etc. E atenção: o tempo da política está sendo reinventado. Deixou de resumir-se ao ciclo eleitoral.
Sempre se disse que a moçada só sabia se manifestar apertando a tecla do “curti” no Facebook. Aqui em BH, os cartazes “Saí do Face” fizeram sucesso. O que te sugere esse rito de passagem da touch screen para a praça?
A participação em redes aproxima os brasileiros do modelo globalizado de tomada dos espaços públicos como método de democracia direta ou de ação política não mediada por instituições, partidos e representantes. Evidentemente, o modelo remete à ideia clássica da democracia direta como tipo ideal, sem cumpri-lo inteiramente, uma vez que as mediações nunca deixam de atuar, conectando diferentes procedimentos à energia da massa nas praças. O que conta, neste cenário dramatúrgico, são a memória idealizada e a linguagem comum, como se os eventos se citassem mutuamente, construindo uma constelação virtual de hiperlinks. Nesse contexto, tornam-se possíveis o orgulho, a vaidade, a máscara do heroi cívico, a política vivida em grupo como entretenimento cult antipolítico (mas também risco iminente de morte), a experiência gregária fraterna (ante um inimigo tão abstrato e fantasmático quanto óbvio e imediato, com o rosto policial e o sentido da tragédia), experiência que enche o coração de júbilo, exaltando os sentimentos e os elevando a uma escala quase espiritual, a convicção de que se pode prescindir de propostas e metas, ou da negociação de métodos para inscrever o curso da prática na vida da cidade, não só no chão das ruas.
Que desafios este novo momento impõe aos jornais, à mídia?
O mesmo que impõe a nós todos, a todos os que procuramos entender o que está acontecendo. É preciso saber menos e perguntar mais; julgar menos e escutar mais; prever menos e participar mais, retratando a experiência em curso e a compartilhando, na medida do possível. Criticar a violência de todas as partes, mas evitar os estigmas, as classificações, o vocabulário com que nos acostumamos a pensar e avaliar, como “vândalos”, “desordem”, “desorganizado”, “inorgânico”, “sem objetividade”, “disperso”. Esses são os nomes que damos à distância entre os eventos e nossos esquemas mentais. Vemos o que falta, porque não enxergamos com olhos abertos para ver. O que parece lacunar e negativo na realidade dos novos fenômenos talvez seja apenas o sinal de nossa impotência. Talvez estejamos olhando o espelho. Aposentemos as acusações simplificadoras, as associações precipitadas entre o que está acontecendo e o que já vimos antes. Não, não vimos este filme. Evitemos, por ora, a tentação de explicar.
Que desafios este novo momento impõe a pais e mães?
Eis aí uma bela e rara oportunidade de conversar em família sobre política, vida coletiva, escolhas individuais, caminhos alternativos, horizontes utópicos. Além do consumo e do próprio umbigo, o que dizer sobre o bem público? O que em nossa moral familiar diz respeito à vida em sociedade. Somos corresponsáveis pelas virtudes e deficiências da sociedade brasileira. Que tal dizer isso na mesa do jantar, desligar a TV e assistir, em família, aos documentários sobre nossa história política, de Silvio Tendler a Eduardo Coutinho, de João Moreira Salles a José Padilha? O Estado de Minas poderia sugerir títulos. Além disso, os pais e as mães poderiam convidar os filhos para participar da próxima manifestação, ou aceitar os convites deles. Eu fiz isso e vivi momentos inesquecíveis.
https://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/pensar/2013/06/22/noticia_pensar,143514/entrevista-luiz-eduardo-soares.shtml
Análise de alguns cartazes das manifestações
https://umavisaodomundo.com/2013/06/analise-de-alguns-cartazes-das-manifestacoes/
Posted jun 22 2013 in Alienação, Cidadania, Conhecimentos Gerais, Política with 2 Comments
Antes destas análises, vale frisar que as manifestações vieram sim em boa hora. Também é bom dizer que eu não estou defendendo ferrenhamente o governo. Muito pelo contrário, tem muita coisa errada! Contudo, alguns cartazes nas manifestações propagam injustiças ou levam as pessoas a mirar o alvo errado na hora de protestar. O que é triste, já que mostra que as pessoas estão completamente alheias ao cenário político do país.
A PEC 37 estabelece que o Ministério Público não pode participar da fase de investigação, já que é ele quem acusa. Ora, se eu sou o responsável por lhe acusar, eu posso muito bem deixar de fazer uma investigação imparcial, encobrindo elementos que poderiam atrapalhar minha acusação. Os que são contra a PEC dizem que isso é uma tentativa de silenciar o órgão e iria trazer a impunidade.
O fato é que com ou sem PEC, a impunidade vai continuar. Isso porque temos leis e instrumentos jurídicos que favorecem este cenário. A título de exemplo, temos o banqueiro Daniel Dantas, condenado a 10 anos de prisão, que segue solto e comandando suas empresas. Paulo Maluf, condenado aqui e no exterior por diversos crimes, não apenas está solto como é deputado federal. Mais recentemente, tivemos o caso de Gil Rugai, condenado a nada menos do que 33 anos de prisão pelo assassinato dos pais e, terminada a sessão, saiu do tribunal pela porta da frente e foi para uma pizzaria e está aí, solto.
A classe média é realmente um bicho complicado. Todos querem o fim da fome, mas todos criticam o Bolsa Família, a única renda que permite que famílias inteiras não morram de fome. E não venha me dizer que o governo deveria dar empregos: vá ver o que acontece quando toda sua plantação e gado morrem devido à seca. E aí? Você trabalhou dignamente, mas o infortúnio lhe tomou o sustento. Sem a ajuda do governo, você morreria. Mas a classe média vai lhe tachar de preguiçoso e vagabundo.
Ok, você quer um país sem presidente, seria isso? Vá até a África e veja o que ocorre quando existe um vácuo de poder. Há países em guerra civil há décadas por lá. No demais, você precisará convencer mais da metade do eleitorado brasileiro, que neste momento elegeria Dilma em 1º turno se as eleições fossem hoje.
Este é de uma ignorância absurda. A presidente não tem poderes para destituir ninguém do legislativo. Ainda bem! Se ela pudesse, estaríamos em uma ditadura e isso nunca é bom. Sabe quem é o culpado por toda esta corja no Congresso? Você, eleitor. Desculpe, é a simples verdade. |
A presidente Dilma enviou ao congresso projeto de lei para que 100% dos royalties do petróleo sejam destinados a um fundo para a educação. É do governo federal, ainda, o projeto “Ciência sem Fronteiras”, que está levando os brasileiros para estudar nas universidades de ponta do mundo para trazerem este conhecimento para cá. O ProUni, outro programa federal, já tem mais de 1 MILHÃO de bolsas de estudos para permitir que pessoas de baixa renda possam cursar a faculdade. Além disso, Dilma criou mais 4 novas universidades federais. Aliás, são as universidades federais as melhores instituições de ensino do país. Eu sei… você está com problemas na escola do seu filho. Bom, provavelmente, você precisa cobrar o governador e o prefeito, não a presidente. São eles os responsáveis pela maioria das instituições de ensino fundamental e médio. |
Bom, achar que a presidente não está investindo no país, também é de uma ignorância de quem não lê jornais (se bem que até lendo certos jornais fica difícil saber a dimensão da coisa). As ações do PAC 2, concluídas até abril de 2013, já chegam a 54,9% das previstas para concluir até 2014. O valor total das obras finalizadas atingiu R$ 388,7 BILHÕES. Mas você sabe quanto está planejado para se investir até 2014? Mais de 1 TRILHÃO de reais. Se 1.000.000.000.000,00 não for investimento suficiente para você, então, aí sim, sugiro segurar seu cartaz.
Isso aqui é sintomático da manipulação da grande mídia, abertamente anti-governo. A jogada com a palavra corruptos destacando o PT tenta nos levar a pensar que a corrupção é maior dentro do Partidos dos Trabalhadores do que nos demais partidos. Pois é, infelizmente não poderia estar mais errado. O Tribunal Superior Eleitoral fez um ranking com os partidos que tiveram mais políticos cassados por motivos ligados à corrupção. Os partidos DEM, PSDB e PMDB lideram a lista com mais de 50% dos casos. Já o PT, do cartaz do nosso amigão, aparece apenas em 9º lugar (veja a lista completa aqui). E como eles sabem disso? Com ajuda da Controladoria Geral da União, órgão voltado ao combate à corrupção e adivinhe só? Ele foi criado pelo Lula, do PT!
Eu sei minha cara, o preço da luz é um roubo. Isso ainda é a consequência das privatizações e concessões generosas que Fernando Henrique Cardoso fez há muito tempo atrás quando era presidente. Mas calma: a presidente Dilma renovou os contratos e cortou impostos e tarifas para diminuir o custo da energia elétrica. Mas se você estiver em São Paulo ou Minas Gerais, talvez não tenha percebido muito isso. É que os governos destes Estados não quiseram contribuir com a presidente (afinal, eles são de oposição!), então o governo federal precisou usar verbas próprias para ajudar os paulistas e mineiros, mesmo contra a vontade dos governadores locais. Com isso, a queda não pôde chegar ao valor que o governo gostaria.
Não! Não diga isso! Por favor, venham SIM à Copa do Mundo no Brasil! Estima-se que a copa irá movimentar mais de R$ 30 BILHÕES! Precisamos deste dinheiro sim! Venham! Houve superfaturamento? Desvio de verbas? Vamos apurar e punir! Mas a Copa será aqui, então venham e tragam seus dólares e euros para cá!
Você quer Transparência nas Contas Públicas? Acho que sua reivindicação está atrasada em alguns anos. É que em 2011, a presidente Dilma sancionou a Lei de Acesso à Informação. Você quer saber quanto dinheiro a prefeitura da sua cidade gasta em papel higiênico? Bem, esta lei lhe garante o direito de exigir por esta informação.
Eu sei, o tomate ficou caro por um tempo, né? Inflação, descontrole, pânico na economia… não… nada disso. Essa flutuação de preço foi por causa da safra mesmo. Quando a produção foi restabelecida, o preço cedeu. Observe que a mídia está sempre criando uma crise, um alarde, uma tempestade… logo depois do tomate, tentaram falar sobre outros produtos que estavam com os preços explodindo mas… não foi possível segurar o clima de terror por muito tempo. Esta flutuação, que ocorre dependendo da safra, logo voltou aos eixos e aí a mídia foi procurar outro factóide para dizer que o Brasil está desmoronando.
Infelizmente, o procurador geral da República e Joaquim Barbosa já disseram que não há provas ou indícios que conectem Lula ao mensalão. Se você está dizendo que ele é o chefe da quadrilha, por favor, mostre para a gente porque, pelo o que você diz, tem muita gente sendo enganada. Ou talvez, seja uma conspiração! Afinal, o relator do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, já disse abertamente que votou em Lula (inclusive para reeleição, após o estouro do caso do mensalão) e na Dilma.
Ensaio
A linguagem dos protestos
Com estratégias de contracomunicação e muita criatividade, as manifestações ocuparam o país com palavras e ideias
Por Edgard Murano
A audiência do SPTV 2a edição, jornalístico da Rede Globo em São Paulo, deve ter estranhado quando luzes verdes refletiram na cabeça do âncora Carlos Tramontina, destoando da iluminação anódina do estúdio. Ao fundo do telejornal, a visão da ponte Octavio Frias de Oliveira, que cruza o rio Pinheiros, na zona sul da cidade, não incluía os cerca de 400 manifestantes que, naquela noite de 11 de julho, protestavam em frente à emissora contra o "monopólio da mídia".
Os feixes de luz que coloriram Tramontina eram canetas-laser apontadas por manifestantes coordenados pelo performer P
A marcha, uma entre centenas nos últimos dois meses, é um exemplo da sofisticação alcançada pela linguagem de protesto no Brasil. Cada vez mais criativas, provocantes e eficazes na divulgação de suas reivindicações, essas manifestações gravaram seu nome na história da contracomunicação brasileira e desafiaram a mídia tradicional por meio de mensagens que contrariam o establishment. Naquela mesma noite, com um computador e um projetor, o atrevimento dos manifestantes chegou a ponto de estampar na parede do prédio da emissora a frase "Globo sonega", uma alusão às recentes acusações de sonegação fiscal contra a gigante das telecomunicações. E a placa com o nome da ponte que cruza o rio Pinheiros, homenagem ao empresário Octavio Frias (um dos fundadores do jornal Folha de S.Paulo), foi simbolicamente rebatizada como "ponte Jornalista Vladimir Herzog" (morto e torturado pela ditadura em 1975), recebendo um imenso adesivo colado sobre o nome original. A técnica, conhecida como sticker, pertence à chamada street art (com seus grafites, colagens, estênceis, etc.), sendo aplicada em sinalizações de trânsito como protesto ou pelo simples prazer de subverter os códigos.
https://revistalingua.uol.com.br/textos/94/a-linguagem-dos-protestos-293651-1.asp
Aparato retórico
Com o atual ímpeto brasileiro de sair às ruas para pedir mudanças e criticar os governantes, atiçado pelo Movimento Passe Livre em São Paulo, um aparato retórico foi mobilizado nas ruas. Cartazes, faixas, slogans, gritos de guerra, pichações, entre outros recursos de contracomunicação, buscaram desestabilizar o discurso institucional e as respostas pré-fabricadas por assessores políticos. Sobretudo, buscaram ressignificar a realidade. Cada palavra dos manifestantes só tinha razão de ser como réplica a um contexto definido de antemão [ver texto de Sírio Possenti]. Para tanto, não raro se valeram da sátira e da paródia para referenciar aquilo a que respondiam.
"A eficácia do discurso do cartaz reside precisamente nesse poder de evocação de discursos anteriormente enunciados e não na relação entre tamanho e quantidade de informação", afirma Eduardo J. M. Camilo no artigo "Minoria tenebrosa, ''''Maioria silenciosa'''' - a sátira e a invectiva no cartaz político", no livro Comunicação e Poder [https://bit.ly/14X9xKk].
Entre os cartazes mais fortes fotografados nas ruas desde que os protestos começaram, já virou clássico o que diz "Desculpe o transtorno, estamos mudando o país". A paródia, uma brincadeira com as placas que anunciam obras, rodou o Brasil e foi replicada em diversas manifestações. "Saímos do Facebook", crítica bem-humorada aos chamados "ativistas de sofá", também virou hit. Os altos gastos do governo com a Copa de 2014 também deram a tônica de muitos protestos, e as exigências da Fifa aos brasileiros viraram mote de sátiras virulentas, na linha de "Queremos hospitais padrão Fifa".
"Uma das características do cartaz satírico, numa perspectiva restrita, e da sátira, em geral, é a da reprodução, a da imitação, mas concretizada pelo fenômeno da inversão", explica Eduardo J. M. Camilo.
Bom exemplo do que ele diz é o cartaz "Visite estádio decorado", cujos dizeres foram grafados numa placa em forma de seta que imita anúncios imobiliários, como os pendurados no pescoço de "homens-placas", comuns nas esquinas das grandes cidades.
Reside nessa inversão o principal artifício retórico dos protestos. O próprio ativista, com suas roupas, palavras de ordem e gestual típico de manifestações, é uma tela onde projeta sua mensagem. A pesquisadora Barbara Peccei Szaniecki, em Cartazes Políticos da Contemporaneidade [Redes.com no 5, em https://bit.ly/14aUIWw], chega a usar o termo "Carnaval" para referir-se às manifestações.
"As manifestações carnais são uma recusa de representação transcendente e demanda de cooperação imanente; são o Carnaval de nossos tempos", afirma.
Mídias radicais
Essa recusa de representação apontada por Barbara é uma das principais características das "mídias radicais" ou "alternativas", termo consagrado pela obra Mídia Radical - Rebeldia nas Comunicações e Movimentos Sociais (Editora Senac São Paulo, 2a edição). No livro, uma referência nos estudos sobre comunicação e ativismo, o pesquisador John D. H. Downing traça um painel histórico da contracomunicação.
Longe de mistificar essas mídias, que podem ser tanto de esquerda quanto de direita, Downing acredita que a maioria atua em pequena escala e serve a dois propósitos fundamentais: "expressar verticalmente, a partir dos setores subordinados, oposição direta à estrutura de poder e seu comportamento" e "obter, horizontalmente, apoio e solidariedade e construir uma rede de relações contrária às políticas públicas ou mesmo à própria sobrevivência da estrutura de poder", sempre tentando, acrescenta Downing, ser mais democrática do que a mídia estabelecida.
No cerne da ideia de "contracomunicação" praticada pelos movimentos ativistas encontra-se o conceito de détournement ("desvio" ou "inversão" em francês). O termo foi desenvolvido nos anos 1950 pelo pensador Guy Debord e o movimento Situacionista Internacional, e consiste na subversão de uma obra original em algo novo, num processo semelhante ao do plágio.
"Não há arte situacionista, apenas usos situacionistas da arte", declaravam os integrantes do movimento, enfatizando que o détournement era, antes de tudo, uma jogada enunciativa, um abalo na percepção capaz de relativizar a realidade, operando uma inversão de sentido numa marca, slogan ou logotipo, por exemplo - alvos rotineiros dessa "estética" - a ponto de jogá-los contra seus criadores (operação também conhecida como culture-jamming, termo cunhado nos anos 1980). Não à toa, essa tática foi usada na subversão de anúncios publicitários e símbolos capitalistas. Nem a religião foi poupada: nos anos 1960, um integrante do movimento situacionista, vestido de frade dominicano, subiu ao altar da catedral de Notre-Dame em Paris e começou um sermão. A certa altura, absolutamente sério, conclamou os fiéis a aceitar que Deus estava morto. A performance "profana", bom exemplo de tática de guerrilha ativista, guarda semelhanças com a intervenção do grupo feminista Pussy Riot na Catedral Salvador de Moscou em 2012, que culminou na prisão de suas integrantes.
Um dos casos mais conhecidos no Brasil de subversão do sentido poético encontra-se no poema-visual Coca Cola (1957), de Décio Pignatari, que opera uma desconstrução verbal típica do movimento Concretista.
"O détournement corresponderia a realizar pequenos atos de distúrbio utilizando elementos do Espetáculo, de forma a promover a reflexão sobre os próprios. No exemplo mais conhecido, os situacionistas produziam e faziam circular histórias em quadrinhos nas quais o diálogo nos balões era substituído por textos anarquistas", descreve o pesquisador Érico Gonçalves de Assis em seu estudo Bagunçando a Cultura: Interferência e Criatividade como Tática de Protesto [https://bit.ly/18jP3wE].
Em outras palavras, o détournement se resume a uma "bagunça criativa", capaz de deturpar, ainda segundo Érico, os significados promovidos por uma empresa, Estado ou mentalidade ao jogar, por meio da ironia e da paródia, com elementos característicos dessas instituições. "É, necessariamente, um ato irreverente e contestador, de resposta a uma mensagem ou situação estabelecida", afirma.
Após as primeiras manifestações de junho, os protestos começaram a diluir-se em expressões difusas de descontentamento com a política em geral, muitas vezes perdendo o foco de reivindicações concretas, como a redução da tarifa no transporte público. Páginas e blogs foram criados ironizando uma certa classe média que, no embalo dos movimentos guiados por pautas bem definidas, ganhou as ruas sem saber direito o porquê, confundindo ativismo com micareta. Parte dos manifestantes, que àquela altura formavam um todo cada vez mais heterogêneo, atacava o governo, com palavras de ordem pedindo a renúncia da presidenta, o fim da corrupção, entre outras reivindicações "etéreas".
A mensagem na garrafa |
A arte de usar o sistema contra o sistema Foi o manifesto de um homem só. Em 1970, no auge do mais sangrento período militar, o artista plástico Cildo Meireles criou o projeto Coca-Cola, parte de uma série de trabalhos intitulada Inserções em Circuitos Ideológicos. Num deles, tratava-se de gravar mensagens em garrafas de vidro do refrigerante, numa época em que os vasilhames retornavam às fábricas vazios para serem reutilizados depois. Ele aplicava um decalque, silk-screen com tinta branca vitrificada, que não saltava à vista quando a garrafa ficava vazia. Cheio do líquido negro da Coca, no entanto, o frasco tornava visível a mensagem. Com a manobra, não se rastreava a origem do escrito, nem se identificava seu autor. Mensagens como "yankees go home", informações censuradas na imprensa e denúncias de tortura circulavam de mão em mão, comercializadas pela própria Coca-Cola. (L.C.P.J.) |
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O que estava em jogo já não era só a redução da tarifa, eternizada pelo slogan "Não são só 20 centavos", mas o simples direito de manifestar. E a violenta repressão policial em São Paulo aos protestos, na noite de 13 de junho, foi marcante para a guinada da opinião pública em favor dos manifestantes, que deixaram de ser vistos apenas como vândalos.
Em meio a essa divergência de rumos entre ativistas de todo o Brasil, divididos entre pautas e finalidades distintas, já se divisavam nos protestos cartazes e faixas de apelo fácil, trazendo inclusive características importadas da linguagem publicitária. Em artigo publicado no jornal britânico Financial Times no fim de junho, a colunista Samantha Pearson chamou a atenção para a adoção de slogans da publicidade por parte dos manifestantes brasileiros, predileção que denunciaria, segundo ela, a origem classe média dos ativistas. Expressões recorrentes nos protestos como "O gigante acordou" e "Vem pra rua" já vinham sendo veiculadas pelas campanhas do uísque Johnnie Walker e da Fiat respectivamente, como apontou Samantha.
"Sem esforço, a italiana Fiat e a britânica Diageo, dona da marca de uísque Johnnie Walker, se tornaram patrocinadores não oficiais dos maiores protestos no Brasil desde o movimento pelo impeachment de Fernando Collor de Melo, em 1992".
O professor de mídia da USP Dennis de Oliveira, ouvido pelo Financial Times, diz não se espantar com o fato dessa geração ter adotado slogans da publicidade, afinal trata-se de "expressões do mundo no qual eles estão imersos". Também é sintomático o fato de o jornalista do canal SporTV Milton Leite, escalado para narrar a final da Copa das Confederações, ter reproduzido o slogan do uísque quando o juiz encerrou a partida, em que o Brasil saiu campeão. A qual gigante ele se referia?
"Epifenômeno"
Será que o feitiço do détournement, marca de uma vanguarda subversiva e anticapitalista no século passado, virou contra o feiticeiro? Ou seria legítima a apropriação de conteúdos publicitários para que, esvaziados de seu sentido comercial, servissem aos propósitos das manifestações?
Como lembra John D. H. Downing, autor de Mídia Radical, os meios de comunicação dos ativistas "às vezes têm vida curta, como uma espécie de epifenômeno; outras, perduram por muitas décadas. Às vezes, são atraentes; às vezes, entediantes e repletos de jargões; às vezes, alarmantes; e, às vezes, dotados de um humor inteligente".
Só o tempo irá depurar a linguagem dos protestos, colocando à prova suas motivações. Mas o legado da comunicação praticada pelas multidões já conquistou seu lugar no imaginário coletivo. Empunhar um cartaz ou bradar gritos de guerra nunca mais será a mesma coisa.
Contraponto
Leitura das ruas
Sírio Possenti
Textos curtos em aulas de português são ótimos testes para teorias de leitura, e para a efetivação de leituras com análise mais explícita, e que não sejam mera identificação de "conteúdo" (do tipo "quem fez?"; "de que músicas ela gosta?"). E as manifestações de rua têm oferecido interessantes materiais.
Não tentarei uma análise política, por razões óbvias. Mas talvez valha a pena citar uma das avaliações que circularam, além das mais óbvias (que ninguém está entendendo nada ou não se sabe aonde isso vai dar): toda a mídia, com seus especialistas de sempre - relembrando Casablanca - pede diminuição dos gastos públicos, mas quase todas as demandas das ruas implicam maiores gastos dos governos, a começar pela cobertura da tarifa dos transportes públicos.
Vou apenas esboçar a análise de alguns cartazes, mais pelas características linguísticas e discursivas do que por qualquer outro traço. Anoto antes que o amadorismo dos cartazes foi impressionante, e está de acordo com manifestações não guiadas, não lideradas, frutos das redes sociais: só se viram cartazes improvisados, do tipo "feito em casa". E não houve faixas, por exemplo, que são mais profissionais.
Todos os dizeres, certamente, podem ser avaliados como os slogans (muitos, de fato, são slogans), dos quais disse um estudioso (Olivier Reboul, O slogan, editado pela Cultrix) que não resistem à menor análise. Funcionam como condensadores de desejos ou de ofertas. Mas sua base argumentativa ou factual é frágil (Brasil, um país de todos; tomou doril, a dor sumiu; Yes, we can...).
Brincadeira
Todos, evidentemente, só são interpretáveis se for considerado seu pano de fundo histórico, que é mais ou menos amplo, conforme o caso. Alguns exigem análises específicas, como a consideração da dêixis, seja circunstancial, seja pessoal.
Por exemplo, "Olha minha cara de vândala", em cartaz de um pai que levava no colo sua filhinha de 1 ano. É claro que quem não tem cara de vândala (bom exemplo de ironia) é ela, cujo sexo, ou gênero, aliás, não é distinguível pela foto e só se adivinha pelo feminino da palavra.
Outro texto dizia "82 anos - Não vim pra brincar, vim manifestar". O portador é um idoso, ou seja, é sua foto que fornece a referência do "eu" implícito em "vim". Outro aspecto relevante é que a negativa (não vim...) funciona como negação de um enunciado real ou imaginário: alguém teria dito que os que estão na rua estão brincando. O idoso diz que não é o que ele está fazendo e acrescenta que está se manifestando (sem dizer contra ou a favor de quê).
Outros textos chamaram atenção por serem citações, alteradas ou não. Por exemplo, "Desculpem o transtorno, estamos consertando o país" remete a avisos similares ("Desculpe o transtorno") comuns em lugares nos quais obras em execução atrapalham os usuários. Ou: "Queremos escolas padrão Fifa", em que a expressão "padrão Fifa" é retomada de numerosos contextos nos quais significava "qualidade/refinamento", principalmente de instalações esportivas, por exigência da Fifa.
"Verás que um filho teu não foge à luta", eventualmente acompanhado da negação de outro trecho, "deitado em berço esplêndido", retoma o Hino Nacional, com implicações bem concretas, ao contrário de quando se canta o hino em cerimônias. Significa que o portador do cartaz se sente parte de grupos que estão de fato na luta por alguma causa (houve muitas, talvez demais, como se sabe). É um anúncio, um aviso, quem sabe uma ameaça, um pouco difusa.
"O governo se inspire no Neymar e caia" retoma, do ponto de vista textual, e de memória, a constante afirmação de que Neymar cai (à toa, é cai-cai). Só que "cair" agora se aplica ao governo, e tem, assim, um sentido específico de perda de poder, em geral como efeito de um golpe...
Pão e circo
Mas o caso mais interessante é o cartaz com o texto "+Pão, -Circo". A expressão "panem et circenses" tornou-se famosa, uma espécie de fórmula, talvez um clichê. Foi uma política criada pelos antigos romanos, que previa o provimento de comida e diversão ao povo, com o objetivo de diminuir a insatisfação popular contra governantes.
Pode-se ver que ambas as ofertas faziam parte de uma política que hoje poderia ser chamada de populista. A oferta de comida e diversão acalmava as multidões. "Pão" é metonímia de "comida", é óbvio. Insisto no detalhe de que "ambas as ofertas" faziam parte daquela política, porque este é um elemento importante para este cartaz.
O pequeno texto tem pelo menos duas características relevantes. Uma é a óbvia relação intertextual com a expressão latina; portanto, há uma questão de memória, etc. A outra é uma espécie de retificação: continua-se a pedir pão, mas se recusa o circo (ou se pede que seja diminuído, lendo o texto bem literalmente).
Creio que a nova fórmula poderia ser parafraseada de muitas maneiras, considerando outros cartazes, entre as quais "mais comida, menos Copa" ("Copa" substitui "circo") "mais trabalho, menos propaganda / financiamento", "que o dinheiro seja gasto em coisas mais úteis (pão) do que estádios (circo)", etc.
O que chama atenção é a separação de pão e de circo, postos um do lado "certo", outro, do "errado". Na fórmula latina, ambos são pedidos pela multidão ou oferecidos a ela, ou avaliados pelos pósteros como formas de enganar. Mas, no cartaz da passeata, só o circo é avaliado negativamente.
Que os hermeneutas façam outras interpretações da fórmula. Quis chamar atenção para a divisão dos dois componentes, que sempre vieram juntos. Ecoaram juntos, por exemplo, numa canção dos Titãs, que diz "a gente não quer só comida / a gente quer comida, diversão e arte".
O povo foi às ruas. E agora?
18 de junho de 2013 Por Revista Plano
O povo foi às ruas. E agora?
Ontem à noite, o povo foi às ruas mais uma vez mostrar sua indignação contra um monte de coisas, mas em especial, a indignação com os políticos e como eles manipulam o Brasil e toda a sua população na maior cara de pau do mundo. Todos protestaram contra a opressão policial, exaltaram o patriotismo e comemoraram o despertar cível e a saída do estado latente de inércia que os brasileiros se encontravam.
Apesar dos vândalos que tentaram estragar este manifesto, toda essa mobilização foi muito bonita de se ver. Mas como falamos ontem, parece que falta unicidade em seus anseios, e esse pequeno detalhe, pode ser a diferença entre fazer desse um movimento de sucesso, ou um simples barulho pontual na mídia. Porque é muito mais fácil ouvir um coro em uníssono reivindicando algo, do que ouvir uma confusão de vozes brigando por coisas diferentes.
Mas sinceramente, enquanto toda essa mobilização for simplesmente um ato de protesto sem reivindicações concretas e factíveis, o resultado será muito aquém do que o esperado por todos. O que aconteceu ontem, não acordou só a população, acordou os políticos também, e eles viram que as marionetes deles começaram a se mexer. Não dá pra ficar indo às ruas só pra gritar “fora a corrupção”, “basta!” e “não são só 0,20 centavos”. É preciso lutar por algo real para que seja possível conquistar algo real. Ou vocês acham que os políticos vão simplesmente dizer: “Tudo bem, juro que não roubo mais!”?
Talvez a melhor maneira de começar, seja justamente pegando uma única reivindicação e fazendo uma mobilização nacional como a de ontem. E se os 0,20 centavos foram a gota d’água num balde que já estava para transbordar, nada melhor do que retirar gota por gota desse balde, à começar pela última. Em vez de ir pras ruas falando que não estão ali somente pelos vinte centavos, que tal ouvir 250 mil vozes gritando que estão ali por aqueles “míseros” centavos sim!
E mais, ao invés de somente tomar às ruas em manifestações, que tal parar de usar o transporte público de uma vez por todas em quanto não abaixarem o preço? Se foi possível mobilizar uma quantidade enorme de pessoas assim, é possível mobilizar um movimento social de caronas. E quem não tem carona? Montemos um dia de greve geral! Não saia de casa! Vá pras ruas do seu bairro e proteste lá! Nós podemos! As empresas de ônibus e o governo têm que sentir no bolso. E se o estado pode decretar feriado nacional por causa de um evento esportivo ou religioso, a população também tem o direito de parar completamente o Brasil para um movimento de consciência nacional.
Que façamos como o movimento dos direitos civis nos EUA, que boicotaram o sistema de ônibus por mais de um ano, porque havia “apena” a segregação racial nos assentos. Se lá eles conseguiram, nós conseguiremos aqui também. E olha que tal movimento nem foi organizado com os meios que nós temos atualmente. Os lideres na época, entre eles Martin Luther King, organizaram o boicote total ao sistema de transporte com um simples panfleto, passado de mão em mão, com esses dizeres:
“Outra mulher foi presa e jogada na cadeia porque se recusou a levantar-se de seu lugar no ônibus para que um branco se sentasse. (…) Isto não deve continuar. Os negros também têm direitos e se os negros não andarem de ônibus, eles não poderão operar. Três quartos dos usuários são negros (…). Se nada fizermos para parar com essas prisões, elas continuarão. Da próxima vez poderá ser você, ou sua filha, ou sua mãe. O caso dessa mulher será julgado na segunda-feira. Nós estamos, desta forma, pedindo a cada negro para não entrar nos ônibus nesta segunda em protesto pela prisão e pelo julgamento. Não andem nos ônibus para trabalhar, para ir à cidade, para ir à escola ou para qualquer coisa. Vocês podem se dar ao luxo de não ir à escola por um dia se não tiverem outros meios de ir que não por ônibus. Você também pode deixar de ir à cidade por um dia. Se você trabalha, pegue um táxi ou caminhe. Mas por favor, crianças e adultos, não andem de ônibus nesta segunda. Não andem em nenhum ônibus nesta segunda.”
Começamos assim, lutando pela melhoria do transporte. Depois, pela saúde. Depois disso, pela educação. E assim vai… Uma coisa de cada vez, lutando com foco e determinação.
Porque é possível fazer a diferença! É possível mudar o país! Basta querermos! Esse despertar cidadão foi um começo muito positivo. E se for conduzido de maneira efetiva, tem potencial para mudar imensamente o país e o mundo inteiro!
Coincidência ou não, ano passado, na primeira matéria principal da Revista Plano, nós tentamos prever como seria o futuro do Brasil, caso os jovens brasileiros resolvessem se unir pra formar um movimento com intenções de transforma completamente o país. Desde o ano passado, nós acreditamos em uma revolução. Desde o ano passado, nós acreditamos em você.
Ontem, foi provado que esse #SonhoIntenso está começando.
Amanhã ou depois, não podemos deixar que ele morra.
https://revistaplano.com.br/2013/06/18/o-povo-foi-as-ruas-e-agora/#ProtestosBR
Estamos em 2042.
E, 30 anos atrás, os jovens brasileiros entraram para a história…
Em 2012, ano em que muitos acreditavam que o mundo iria acabar, os jovens brasileiros perceberam que realmente era chegada a hora do fim. No entanto, ao invés de ficarem “sentados” esperando uma tragédia anunciada, eles resolveram agir. Inconformados com a situação do país, se uniram, saíram de suas zonas de conforto, formaram um movimento e decidiram colocar um ponto final nisso tudo. Estava decidido, eles próprios iriam acabar com o mundo. Não no sentido literal da expressão. O que desejavam, na realidade, era dar fim a uma era e iniciar outra, completamente nova. Iriam virar o mundo de cabeça para baixo e colocar o Brasil no topo.
Brasil em 2042
Com tamanha onda de otimismo dos jovens, rapidamente o movimento cresceu, tomou força, chamou a atenção e contagiou toda a nação. Assim, 30 anos atrás, nasceu o “Sonho Intenso”. E, coincidentemente ou não, essa época precedeu o período de maior desenvolvimento da economia brasileira em toda sua história. O início foi no ano de 2020, onde começamos a manter taxas de crescimento anuais, de mais de 12% pelos últimos 20 anos. Superando, assim, até mesmo o milagre econômico chinês do final do século passado.
Devido a esse desenvolvimento sem igual, em algumas décadas, fomos de meros coadjuvantes a protagonistas no cenário econômico mundial. E, atualmente, absolutamente todos os olhos estão voltados pra nós. Qualquer atitude que tomemos tem repercussão instantaneamente nos quatro cantos do planeta. Isso, porque hoje somos o país mais influente em todo o planeta.
No entanto, não foi somente a economia que se desenvolveu nesse período, tivemos mudanças notáveis nas mais diversas áreas da sociedade. Nos esportes, por exemplo, deixamos de ser somente o país do futebol e agora somos potência esportiva na maioria das modalidades olímpicas e, ao que tudo indica, nos próximos jogos, disputaremos em patamar de igualdade, o primeiro lugar no quadro geral de medalhas. Isso, só foi possível graças à profissionalização dos atletas brasileiros, que agora podem viver do esporte da mesma forma que um engenheiro vive de sua profissão.
Mais de 2400 funcionários públicos foram condenados por corrupção.
Assim, como nos esportes, viramos referência também no mundo da moda. Indústria que cresceu, somente no Brasil, 760% nos últimos 30 anos, e agora nossos estilistas colorem o mundo inteiro com suas criações. Outras áreas que merecem destaque são as das indústrias musical e cinematográfica, que juntas trouxeram para o país mais de 120 premiações internacionais nas ultimas décadas, como o Grammy, o Oscar e a Palma de Ouro de Cannes.
Por tudo isso, o “Brazilian Intense Dream” como é conhecido mundo afora, virou exemplo mundial da participação ativa da população de um país para a transformação do mesmo. Exemplo que já foi seguido por outras tantas nações, que vão do terceiro ao primeiro mundo, da América Latina à Ásia. E devido à tamanha exposição internacional, o Brasil tem acolhido inúmeros imigrantes que chegam aqui atraídos pelas boas condições de negócios, ou simplesmente em busca da oportunidade de uma vida melhor. Com isso, somente no último ano, foram cedidos 3.6 milhões de vistos de permanência para estrangeiros, número que representa um aumento de 18,3% em relação ao ano de 2040.Porém nada disso seria possível, se a sociedade, que é o principal fator de transformação de qualquer país, não tivesse mudado. Hoje em dia, a população está muito mais unida, instruída, engajada, forte, determinada, crítica, ativa, entre outras tantas qualidades inerentes ao brasileiro. Prova disso foi a iniciativa promovida pela população, para depor do cargo e levar a julgamento os servidores públicos acusados de corrupção. Somente na ultima década foram mais de 2400 funcionários públicos condenados.
Em compromisso firmado na Rio+30, deveremos zerar a pegada ecológica até 2072
Devido a tudo isso, atualmente, ninguém mais duvida do poder de transformação de um grupo de pessoas motivadas e unidas, em busca de um objetivo comum. E pensar que aquela geração de 2012 foi chamada de megalomaníaca… Hoje em dia, são eles que comandam o Brasil. Levaram-no a uma posição quase inimaginável. Mudaram uma era e entraram para a história.
Apesar de nos últimos anos termos chamado atenção e superado todas as expectativas, ainda faltam alguns objetivos a serem alcançados com esse movimento. Nós por exemplo, ainda não temos o maior PIB, IDH e nem mesmo a melhor distribuição de renda. No entanto, o nosso maior desafio é o que nos manterá vivos e em harmonia com o planeta pelos próximos séculos: o grande desafio da sustentabilidade. Desafio que iniciamos em 2022, na conferência Rio +30, onde nos propusemos a zerar completamente a pegada ecológica até 2072. Fato que nos transformaria no primeiro país sustentável do mundo.
Muito embora tenhamos tido avanços realmente expressivos nessa e nas demais áreas, ainda temos um longo caminho pela frente. Porém, se mantivermos o ritmo de desenvolvimento e o entusiasmo em transformar positivamente a sociedade, que tivemos durante as ultimas décadas, sem dúvida, muito em breve chegaremos lá.
Voltamos para 2012.
E vocês estão prestes a entrar para a história…
Caro leitor, talvez você tenha ficado um pouco confuso no decorrer dessa matéria. Ótimo. Essa era nossa intenção. Queríamos pegá-lo desprevenido, sacudi-lo e instigá-lo a pensar no futuro do seu país e em seu futuro. Pois o que você acabou de ler é um retrato do Brasil de 2042 que mostra como o país evoluiu, após a população ter resolvido se unir e agir.
Esse não é o retrato que muitos especialistas preveem com suas estatísticas e dados técnicos. Mas sim um Brasil que foi sonhado por brasileiros que acreditam na capacidade de transformação de seu país e sua população. Esse não é o futuro que esperam que a gente viva, e sim o que queremos viver. Afinal de contas, não seria ótimo se essas previsões se tornassem realidade? O Brasil não seria um lugar muito melhor para se viver e visitar?
E é justamente esse o nosso objetivo: transformar sonhos em realidade. E para começar a realizar este “Sonho Intenso”, pedimos sua ajuda para imaginar como será o Brasil daqui a 30 anos. Envie sua visão de futuro para o email sonhobrasileiro@revistaplano.com.br ou escreva no comentário abaixo e juntos, trabalharemos em uma forma de realizar todos esses sonhos.
Sabemos que sozinhos somos fracos, mas juntos podemos ser uma força transformadora imbatível. Faça parte dessa causa. Seja a mudança que você quer ver no mundo.
https://revistaplano.com.br/2013/04/15/fomos-ao-futuro/
O povo está nas ruas. E independente de qual for a sua opinião sobre as manifestações e protestos que tem acontecido em todo o Brasil, não dá pra fingir que nada está acontecendo. Por isso, hoje o links legais trazem ideias e imagens que nos inspiraram durante toda a semana. Que a crise se transforme em ótimas oportunidades para o nosso país! E que a esperança seja a última a deixar as avenidas de todas as cidades por todo o nosso Brasil.
A manifestação pacífica na segunda-feira (17/06) foi emocionante. Um dos vídeos mais bonitos de todo o manifesto em SP foi filmado com DRONES. Drone é todo e qualquer tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiado. Esses aviões são controlados a distância por meios eletrônicos e computacionais, sob a supervisão e governo humanos, ou sem a sua intervenção, por meio de Controladores Lógicos Programáveis (PLC). A direção é de João Wainer, diretor e editor da TV Folha e o resultado é simplesmente incrível.
12 momentos que nos fizeram voltar a acreditar em um Brasil melhor, postados pelo (lindo) site Razões para Acreditar. Na foto, Dona Nair aos 82 anos foi pra rua protestar. Veja outros momentos aqui. Vale a pena acompanhar o projeto que posta pequenas boas ações que nos tiram do botão automático da vida e nos fazem lembrar que somos seres humanos feitos de sentimentos e anseios primários.
O lindo projeto O Povo no Poder de Lara Thomazini que tenta descobrir o que querem os diversos manifestantes brasileiros. O Tumblr, que é colaborativo, mostra o real motivos do povo estar nas ruas.
Os publicitários Alessandro Trimarco e Paulo Eugênio resolveram criar uma série de interferências, com personagens Marvel e DC, com as fotos do protesto encontradas na internet. Essas imagens são reunidas no Tumblr Poder e Responsabilidade, A ideia só nos fez reconhecer que sim, há muitos heróis pelas ruas e eles inclusive podem estar dentro de nós mesmos, prontos para querer mudar o país. Dica da Tati Cavalcanti.
Imagem topo: Shutterstock.
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